Pra início de conversa esse post vai falar sobre um assunto que vai alojar vários outros assuntos, bom parece bem complicado de início mas com o passar das linhas vocês vão ver que é mais simples que pular uma cerca, seja qual for o sentido agregado ( figurado ou não).
Essa ultima semana tive uma experiência muito boa, tive um contato maior com um esporte que havia aparecido na vida de forma eletiva e facultativa, mas para eu explicar essa experiência maravilhosa eu preciso voltar duas semanas ANTES da viagem. Bom, então vamos lá!
Quando eu decidi viajar com a equipe de orientação percebi que precisava terminar em duas semanas trabalhos que tinha separado pra fazer em um mês, ai começa a saga: Renato em claro, o sono é um mero detalhe. Precisava terminar trabalhos de conclusão de curso de duas matérias , ahh isso é mole afinal eram eletivas, e que eletivas, me dediquei muito ao nado sincronizado a ginastica rítmica e a meditação, claro que minhas queridas amigas me ajudaram muito. Além disso eu precisava resolver coisas particulares em casa e ainda tinha váááários relatórios de projetos, grupos de estudo e me preparar para trabalhar com a LIFE na adidas. Bom em duas semanas dormindo apenas 3, no máximo 4 horas por noite consegui terminar tudo, agora posso começar a contar a parte boa d história. Vamos adiantar um pouco as coisas.
Domingo após trabalhar de forma árdua na adidas nem fiquei pra beber com os alunos e comemorar mais uma etapa de vitórias, fui pra casa porque afinal eu ia viajar na segunda e precisava arrumar as coisas, mas como pra mim nada é fácil...rs não consegui arrumar nada e ainda peguei um cineminha de noite e fui chegar em casa quase as 2 da madruga, lá se vai mais uma noite sem dormir, pensei: amanha arrumo tudo rs!
Dito e feito, segunda pela manha comecei os preparativos, levei um dia todo pra arrumar as malas e parti pro fundão, já fui me preparando pra passar 36 horas dentro de um ônibus com destino a Santana do Livramento, nossa é longe pacas, mas pra quem já foi até fortaleza dirigindo lá atrás até que seria legal, mas nem tudo são flores, o caminho parecia não acabar, foi quando decidi colocar um aperitivo pra dentro, nossa a decisão não foi muito acertada, afinal não podia beber no BUS, o pessoal não curtiu muito, e ai começaram a não me levar muito a sério, até quando eu fui ajudar o motorista com o GPS as pessoas acabaram agregando outro sentido na minha ida pra cabine, mas enfim embora tenha ficado chateado tudo se resolveu.
Chegando lá eu comecei a viver um sonho, comecei a orientar minhas ideias, comecei a dividir com os mais experientes uma coisa que antes era um conhecimento bem reduzido, o primeiro dia de competição eu não participei, afinal o revezamento é pros mais experientes, isso me deixou muito mal, ficar parado sem fazer nada o dia todo sentado no mato cheio de mosquitos e outros bichos depois de ser picado por vários marimbondos durante uma escovada de dente matinal era pra deixar qualquer um nervoso, me senti a pessoa mais chata do mundo...
O segundo dia era dia de competir, seria minha primeira largada, o coração não cabia no peito e senti ele saindo pela boca e não era pra menos né, bom deu tudo certo, alguns probleminhas pra me achar no mapa mas no final deu tudo certo. Mesmo tendo uma crise de hipoglicemia e desmaiando, ou melhor beijando o chão, mas podia ser pior se não fosse a anjinha chamada Samantta. Resumindo gostei demais, apesar de tudo.
O terceiro dia foi mais complicado, eu não dormia bem a dias e ainda havia andado muito pra fazer compras, mas estava lá firme e forte, comecei a competir, tava mandando bem no mapa, a bússola parecia minha melhor amiga, até que uma cerca acabaria mudando o rumo da história, sem experiência e de forma um tanto afobada ao tentar passar pela mesma me arrebentei, dedo prum lado bússola pro outro e uma dor que parecia não ter fim, aquele palavrão foi libertador, eu precisava dele, nesse momento me orgulhei de saber ao menos xingar pois pular cerca tava foda! Literalmente. Ai já era tentei continuar não consegui e tive que abandonar, me senti o próprio Rubens Barrichello, afinal eu tava bem poxa...depois de muito rodar ir ao hospital colocar o dedo no lugar percebi, po cara gostei disso, essa parada de desafiar limites é comigo mesmo, unir adrenalina velocidade e natureza ( SELVAAA...rs) era bom demais..
No ultimo dia eu nem ia correr, minha mão doía muito, eu tinha deixado as coisas no ônibus e nem tênis eu tinha, até que uma pessoa chamada Bárbara começou a colocar pilha, ofereceu mundo e fundos pra eu correr, disse até que eu poderia esperar pra ela fazer o circuito comigo, nossa comecei a pensar diferente, ai veio o amigo Gabriel e colocou mais pilha, eu realmente queria ir mas não tinha o material necessário, nesse momento meus problemas acabaram o amigo macolin cedeu o tênis a bermuda não era problema pois eu tinha o meião emprestado do Gabriel (Mick Jagger), pronto me preparei e fui correr, NOSSA SÓ DEPOIS DE 1 HORA E 17 DE PERCURSO PERCEBI QUE SE EU NÃO FOSSE EU FICARIA FRUSTRADO DEMAIS. Consegui completar o circuito com a ajuda de muitas pessoas e me senti um vitorioso. O que senti não dava pra explicar, todos aqueles dias passaram voando na frente dos meus olhos e foi então que pude perceber que mesmo viajando 36 horas e tendo eu voltar mais 36, mesmo desmaiando de fome, mesmo deslocando meu dedo, mesmo dormindo mal, mesmo me arranhando todo, mesmo passando por tudo isso percebi que no final todas as coisas acabam valendo a pena, pude perceber que cada cicatriz dessa é o troféu de uma etapa vencida, e o pior é que eu quero mais é encher meu corpo delas, pois comecei algo que não pretendo parar, FOI AMOR A PRIMEIRA BÚSSOLA.
Um agradecimento as pessoas que me ajudaram, as pessoas jamais desistiram de mim, aos amigos que já conhecia, a outros que pude conhecer, a minha principal incentivadora no sulamericano Bárbara Pacheco e as sábias palavras de um cara muito gente boa chamado Miguel. Ele parece ser gente boa, parece....Que a COUFRJ possa realmente me conhecer e não ter dúvida disso....OBRIGADO A TODOS!
ps: Um agradecimento especial a uma pessoa que sempre foi o meu espelho dentro da UFRJ, pessoa essa que eu sempre pude contar e que acreditou em mim mesmo quando minhas ideias divergiam, pessoa que pude estar durante 2 anos sugando uma monitoria, pessoa que mesmo eu estando errado me deu a chance de falar, pessoa que um dia certamente vai olhar e falar, ESSE AI FOI MEU ALUNO. Professor JOSÉ MARIA obrigado por tudo!
ESPERO QUE VOCÊS GOSTEM E QUE POSSAM ENTENDER COMO TUDO ISSO FOI IMPORTANTE PRA MIM GALERAAAAA!!!
